A partir do modelo proposto por Becker (1962), o termo capital humano tem sido empregado para representar o conjunto de habilidades e conhecimentos capazes de gerar rendimentos maiores para os indivíduos. Importante destacar que, diferentemente do capital físico que possui natureza tangível, o capital humano caracteriza-se como sendo de natureza intangível, uma vez que, variáveis tais como: conhecimento, habilidades, experiência, familiaridade com determinada atividade, desempenho cognitivo e, até mesmo, bem-estar e longevidade são todas consideradas propriedades imateriais.
Assim, adotando a abordagem proposta pela FGV IBRE para o cálculo do Índice de Capital Humano (ICH) e os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), a seguir, serão apresentados a evolução dessa estatística para o Brasil e algumas Unidades Federativas. Os resultados são representativos da população uma vez que os pesos amostrais da PNAD Contínua foram levados em consideração no cálculo do ICH. Um ponto importante para a derivação do ICH é a flexibilização da hipótese de homogeneidade do fator trabalho. Mais precisamente, considera-se explicitamente a existência de uma heterogeneidade do insumo fator trabalho, ou seja, que uma mesma hora de trabalho de dois trabalhadores terá resultados diferentes, em termos de produto, se esses tiverem níveis de capital humano distintos (Veloso, Feijó, Barbosa Filho e Ruhe, 2023).